Com a chegada de um novo ano, é habitual fazer-se um balanço sobre o estado atual das finanças pessoais e definir resoluções financeiras para melhorar a saúde da nossa carteira.
Estas resoluções são muito pessoais e podem variar de acordo com quem as faz, no entanto, o objetivo principal é praticamente o mesmo para todas as pessoas, ou seja, alcançar uma vida financeira mais equilibrada e livre de preocupações, enquanto aumenta a sua riqueza.
Fomos procurar quais as 10 resoluções financeiras mais comuns e como podes aplicá-las à tua vida, para garantir que 2025 seja um ano de crescimento, prosperidade e estabilidade financeira.
1. Controlar melhor os gastos
Como as finanças pessoais são a praticamente mesma coisa em todo planeta, uma das resoluções financeiras mais comuns e importantes é criar e seguir um orçamento mensal.
Muitas pessoas começam o ano com a intenção de controlar melhor as suas despesas, mas não sabem quanto gastam, nem onde gastam.
Para isso o primeiro passo para isso é saber exatamente quanto se ganha e como o dinheiro está a ser gasto. A melhor ferramenta que conhecemos para seguir o rasto do dinheiro é o orçamento pessoal.
Como já deves ter reparado em artigos anteriores, isto é o que te vai ajudar a ter uma visão clara das tuas finanças e a identificar áreas onde podes cortar em gastos desnecessários.
Simplificando a coisa, podes começar por fazer uma lista de todas as tuas fontes de rendimento e as tuas despesas fixas (como renda, água, luz, entre outros).
A partir daí, define limites para despesas variáveis, como alimentação, lazer e roupas.
Ao seguires este plano, será mais fácil evitar gastos excessivos e direcionar mais dinheiro para poupanças ou investimentos.
2. Poupar mais
A segunda resolução mais comum é poupar.
No entanto, simplesmente dizer que se quer poupar mais não é suficiente, é necessário definir metas objetivas e alcançáveis.
Estabelecer um valor específico que se pretende poupar mensalmente é fundamental, pelo que considerar criar uma conta poupança separada para facilitar o processo pode ser uma excelente ajuda.
Uma boa prática é seguir o princípio “paga-te a ti primeiro”. Isto significa que, assim que recebes o teu salário, deves transferir uma parte para poupança antes de gastares em outras coisas.
Mesmo que o valor poupado seja pequeno no início, o hábito de poupar regularmente pode fazer uma grande diferença a longo prazo, consoante os valores que te propões a colocar de lado.
Se ainda não possuis este hábito e queres poupar consistentemente podes automatizar a poupança na tua app bancária, ou experimentar com toda a família o desafio das 52 semanas.
A par com as duas primeiras resoluções, aparece o pagar dívidas.
3. Pagar dívidas
Pagar dívidas acumuladas, como cartões de crédito ou empréstimos, é uma das resoluções mais comuns e também uma das mais importantes pois as dívidas são o agente erosivo de uma vida financeira estável.
Dívidas com juros altos podem ser um grande obstáculo para alcançar a estabilidade financeira, por isso, priorizar o pagamento das mesmas deve ser uma das primeiras metas do ano.
Uma das estratégias eficazes é a método avalanche, que consiste em pagar primeiro as dívidas com as taxas de juro mais elevadas, enquanto fazes pagamentos mínimos nas restantes.
Outra opção é o método bola de neve, onde começas por pagar as dívidas mais pequenas para ganhar impulso e motivação à medida que as vais eliminando.
Vais certamente gostar de ler Como sair das dívidas rapidamente.
4. investir
Quando chegas à resolução de começar a investir, começa a fazer-se magia. No entanto, muitas pessoas acabam por adiá-la por não saberem por onde começar ou por medo dos riscos ou aversão à perda.
O que muita gente não sabe é que o investimento é essencial para fazer o dinheiro crescer ao longo do tempo e que não é necessário ser especialista para conseguir bons resultados.
A solução é começar de forma simples e não complicar. Por exemplo, adquirindo um fundo de índice, um PPR (Planos Poupança Reforma) ou ETF (Exchange Traded Fund), que são regra geral produtos diversificados.
Esta pode ser uma boa forma de se iniciar, mas não implica que não seja necessário se informar acerca do que se vai investir.
Warren Buffet afirma que nunca devemos investir naquilo que não compreendemos. Salientamos que investir no que não se compreende é o mesmo que especular ou jogar num casino.
Para quem é novo no mundo dos investimentos, o devemos sempre começar com pouco e uma quantia que não faça falta no curto prazo e enquanto aprende mais sobre diferentes formas de investimento, como ações, obrigações, fundos imobiliários e PPR.
O importante é não deixar o dinheiro parado, mas sim colocá-lo a render.
5. Criar um fundo de emergência
Ter um fundo de emergência é essencial para a segurança financeira. Será sempre o primeiro passo de quem entra no mundo das finanças pessoais.
Este fundo serve para cobrir despesas imprevistas, como reparações no carro, problemas de saúde ou até a perda de emprego.
O ideal é ter um montante suficiente para cobrir, seis a doze meses de despesas essenciais guardado num instrumento financeiro fácil de mobilizar.
Se ainda não tens um fundo de emergência, faz disso a tua primeira prioridade para os próximos 12 meses.
Começa com pequenos objetivos. Poupa uma quantia que te permita cobrir uma ou duas despesas inesperadas, depois 1000 euros e vai aumentando o fundo aos poucos, sempre que tenhas mais disponibilidade financeira.
Após algum tempo vais ver que te vais sentir mais confortável financeiramente.
6. Cortar nas despesas não essenciais
Outra resolução financeira comum é cortar nas despesas não essenciais ou supérfluas. Muitas vezes, gastamos dinheiro em coisas que não são realmente necessárias, como subscrições que não usamos, refeições frequentes fora de casa ou compras por impulso.
Fazer uma auditoria às tuas despesas mensais pode ajudar-te a identificar onde podes poupar.
A chave para reduzir despesas é ser intencional com os teus gastos.
Pergunta a ti mesmo se precisas realmente daquilo, antes de fazer uma compra.
Pequenas mudanças podem acumular-se e resultar numa poupança significativa ao longo do tempo.
7. Planear a reforma
Muitas pessoas querem começar a planear a reforma, mas não sabem por onde começar.
O futuro pode ser assustador ou risonho, mas a verdade é que, quanto mais cedo começares a poupar para a reforma, maior será o benefício a longo prazo devido ao efeito dos juros compostos.
Se ainda não tens um PPR (Plano Poupança Reforma), este pode ser o ano ideal para abrires um.
Além da poupança existem benefícios fiscais, como vais perceber ao fazer a tua própria pesquisa.
Não faltam opções no mercado e certamente vais encontrar algum que se enquadre nos teus objetivos.
Define quanto queres poupar mensalmente para a reforma e procura diversificar os teus investimentos.
Além disso, considera falar com um consultor financeiro para te ajudar a criar um plano de poupança adequado às tuas necessidades e objetivos de vida.
Não te preocupes em ser “chato”, um bom comercial tem o dever de te esclarecer.
8. Ter uma renda extra
A resolução de ganhar mais dinheiro é geralmente uma das primeiras, pelo que arranjar um rendimento extra para aumentar as suas poupanças ou abater dívidas mais rapidamente pode ser uma excelente solução para começar o ano.
Hoje em dia, há várias formas de ganhar dinheiro extra, como através de um trabalho como freelancer, vendas online, ou aluguer de espaços, aqui tudo é válido, desde que seja legal.
Pensa nos teus pontos fortes, onde te destacas, ou que recursos disponíveis existem à tua volta e encontra maneiras de os transformar numa fonte de rendimento.
Mesmo que o rendimento extra seja pequeno, pode ser uma grande ajuda para acelerar os teus objetivos financeiros ou para criares uma almofada financeira mais confortável.
Outra das resoluções mais importantes é melhorar os conhecimentos sobre finanças pessoais.
9. Investir em educação financeira
Muitos de nós crescemos sem uma educação financeira formal, e isso pode levar a más decisões financeiras na vida adulta.
Dedicar tempo a aprender mais sobre finanças seja através de livros, cursos online ou podcasts pode ter um impacto enorme na tua capacidade de gerir o dinheiro de forma eficaz.
Compreender conceitos como “orçamento”, “investimentos”, “dívidas” e “poupanças” permitirá que tomes decisões mais informadas e seguras.
A literacia financeira é um investimento em ti mesmo e na tua qualidade de vida a longo prazo e irá colocar-te à frente de 90% das pessoas que conheces.
10. Melhorar a saúde
A última resolução que iremos colocar aqui é melhorar a saúde.
Esta resolução é das mais importantes que podemos tomar ao longo da nossa vida.
Esta resolução pode ter impactos brutais a curto, médio e longo prazo, seja na tua saúde física e como na tua saúde financeira.
Comer melhor, fazer exercício físico, meditar, emagrecer, deixar de fumar, são coisas que no presente fazem-te sentir melhor, mas no futuro, além da qualidade de vida, de irão fazer-te poupar milhares de euros no médico, e ter acesso a seguros de saúde e ou de vida mais baratos.
As resoluções financeiras são uma excelente maneira de começar o ano com um bom plano para melhorar a tua situação financeira.
Quer o teu objetivo seja sair das dívidas, começar a investir ou simplesmente poupar mais, o mais importante é seres consistente e manteres-te focado nos teus objetivos ao longo do ano.
Define metas realistas e estabelece um plano de ação para as alcançar, avaliando e ajustando o teu progresso de forma regular.
Lembra-te que as pequenas mudanças, quando feitas de forma consistente, podem resultar em grandes melhorias.
Não te esqueças que o desvio de 1% na rota de um avião, nos primeiros 1000 metros é praticamente imperceptível, mas em 1000 milhas pode fazer com que aterres noutro país.
Ao adoptares algumas destas resoluções, podes garantir que este ano será um passo importante na construção de uma vida financeira mais sólida e segura.
Feliz ano novo!
