
O aumento dos preços das telecomunicações em Portugal: impacto nas finanças pessoais!
Em 2024, Portugal registou a terceira maior subida de preços nas telecomunicações de toda a União Europeia.
De acordo com dados recentes, o aumento foi, em média, de 6,9%, apenas superado pela Hungria e pela Estónia. Enquanto a média europeia registava uma descida de 0,3%, os preços em Portugal subiam, penalizando de forma significativa os orçamentos familiares.
Este é um tema que não pode passar despercebido, especialmente num contexto em que os serviços de telecomunicações — internet, telemóvel e televisão — são essenciais para o trabalho, a educação, o acesso à informação e o contacto com o mundo.
Tanto que num mundo cada vez mais digitalizado até o acesso à saúde pode depender das tecnologias de comunicação.
Por que motivo os preços aumentaram?
Há duas razões principais que explicam este aumento significativo em Portugal. Primeiro, muitas operadoras indexaram os preços à inflação registada no ano anterior.
Como 2023 foi um ano de elevada inflação, as actualizações automáticas dos contratos de telecomunicações resultaram num aumento expressivo das facturas.
Em segundo lugar, o mercado português de telecomunicações é frequentemente criticado pela falta de verdadeira concorrência.
Apesar da existência de “vários” operadores, os preços mantêm-se elevados e muito próximos entre si, dificultando a escolha de alternativas mais económicas para os consumidores.
Que impacto tem este aumento nas finanças pessoais?
O impacto nas finanças pesoais e orçamentos famímilares é cada vez mais pesado. Numa altura em que as famílias portuguesas já enfrentam desafios relacionados com o aumento do custo de vida, ver uma despesa essencial crescer de forma tão acentuada agrava ainda mais as dificuldades financeiras.
Para muitas famílias, as telecomunicações representam uma despesa mensal considerável. Um aumento de quase 7% pode significar mais 7 euros em cada 100 euros gastos em comunicações, ou seja mais de 80 euros adicionais por ano — um valor que, acumulado a longo prazo, pesa significativamente nos orçamentos familiares menos robustos.
Além disso, numa sociedade cada vez mais digitalizada, reduzir o consumo de telecomunicações não é uma opção viável para a maioria das pessoas.
Trabalhar remotamente, estudar online, manter contacto com família e amigos, ou aceder a serviços públicos e de saúde implica estar sempre ligado.
A chegada de novos operadores: uma lufada de ar fresco?
A entrada de novos operadores, como a Digi, promete trazer alguma concorrência adicional ao mercado. Esta empresa, já conhecida noutros países europeus, chegou com promessas de planos mais acessíveis e abalou os prestadores de serviços de internet “tradicionais”.
Contudo, os efeitos desta nova concorrência ainda não são visíveis em grande escala. Para além disso, a expansão da rede e a capacidade de oferecer serviços comparáveis aos dos operadores estabelecidos levará algum tempo.
Por isso, à data, a maioria dos consumidores continua limitada a escolhas entre os três grandes operadores tradicionais.
Como podem os consumidores reagir?
Embora o aumento de preços não possa ser revertido imediatamente, há estratégias que podem ajudar a mitigar o impacto nas finanças pessoais:
- Rever contratos e necessidades: Muitas vezes pagamos por serviços que não utilizamos. Rever o plano contratado é essencial e uma medida inteligente haja aumento de preços ou não. Vale a pena perguntar: estamos a usar todos os canais de televisão incluídos? Precisamos de menos ou mais dados móveis? Precisamos de canais pagos (como sport TV, Telecines ou outros)?
- Comparar ofertas no mercado: Apesar dos preços serem semelhantes, há diferenças que podem ser aproveitadas. Comparar tarifas e condições pode revelar opções mais vantajosas. Ofertas de serviços de streaming ou vouchers de desconto não é incomum e deve ser aproveitado.
- Negociar com o operador: As operadoras tendem a oferecer melhores condições a clientes que ameaçam rescindir o contrato ou que estejam insatisfeitos. É possível conseguir descontos, upgrades gratuitos ou isenção de certas taxas através da negociação antes do término do período de fidelização.
- Aproveitar promoções e campanhas: Estar atento a campanhas de adesão pode fazer toda a diferença. Apesar da fidelização de clientes ser tão ou mais importante que captar novos clientes, na maior parte das vezes os novos clientes beneficiam de condições especiais que não podemos ficar indiferentes.
- Considerar a mudança para novos operadores: Embora ainda em fase de expansão, operadores como a Digi podem, no futuro próximo favorecer o crescimento da concorrencia e fazer com que que as operadora, ofereçam alternativas reais e mais económicas.
Conclusão
O aumento dos preços das telecomunicações em Portugal é mais um desafio para as famílias portuguesas num contexto de pressão financeira. Num serviço cada vez mais essencial, as soluções passam pela informação, pela comparação e pela negociação.
Cabe a cada consumidor analisar o seu caso e agir para minimizar o impacto no seu orçamento. Mesmo num mercado com pouca concorrência, é possível encontrar formas de poupar. Porque cada euro conta, especialmente quando o custo de vida não dá sinais de alívio.
Fique atento, analise as suas opções e não tenha medo de exigir mais pelo seu dinheiro.