Provavelmente já ouviste falar no fundo de emergência e se estás aqui é porque pretendes saber um pouco mais sobre ele.

O que é um fundo de emergência, em que consiste, como fazer para o criar ou constituir e quais as suas vantagens e desvantagens.

O que é o fundo de emergência

Como o próprio nome indica e simplificando o assunto, o fundo de emergência serve para nos proteger de despesas inesperadas. 

Quem nunca precisou de dinheiro para pagar uma reparação do automóvel, substituir um eletrodoméstico, como um frigorífico, ou um telemóvel que se partiu, pagar uma multa, uma consulta médica inesperada, ou outra coisa qualquer. 

Se este dinheiro estiver disponível a probabilidade de recorrer ao crédito é praticamente inexistente, fazendo com que não te tenhas de privar de nada.

Além disso, o fundo de emergência serve para que possas manter a tua vida financeira estável, perante uma situação de doença ou desemprego enquanto procuras recuperar a tua saúde ou procurar emprego.

Como criar um fundo de emergência

Criar um fundo de emergência é relativamente simples, mas exige algum trabalho.

Alguns especialistas em finanças pessoais referem que devemos ter entre 6 meses a 1 ano do valor necessário para cobrir os nossos gastos durante este período.

Por exemplo, se a tua família gasta por mês 1000 euros por mês contando com todas todas as despesas, vais necessitar de 6000 a 12.000 euros para constituir este fundo.

Como posso saber quanto gasto por mês? Aí entra uma ferramenta fantástica que se chama orçamento, ou seja, pegas num papel e num lápis, numa aplicação ou numa folha de cálculo como o Microsoft Excel ou o Google Sheets e anotas os todos os teus gastos correntes e variáveis.

Quanto mais vezes o fizeres, mais fidedigno se torna, pois é fácil esquecermo-nos de algumas coisas (o que não tem mal nenhum).

Aqui o importante é ter a noção dos nossos gastos, de forma a conseguir definir um valor.

Para o criar, além de recorreres à orçamentação podes socorrer-te de pequenos truques que irão ajudar o teu fundo de emergência a crescer.

Primeiramente gosto de me pagar a mim mesmo, ou seja, assim que recebo o ordenado, separo uma quantia pré-definida de forma automática para a conta poupança.

Isto permite a que nem veja o valor utilizado, nem conte com ele para o gastar seja lá no que for.

Outro dos truques é aproveitar para reforçar o fundo de emergência quando recebes o subsidio de férias e de natal, também conhecido por 13º e 14º mês, e ou o reembolso de impostos ou outra coisa qualquer.

No papel é tudo fácil, no entanto a vida real nem sempre facilita estes pequenos passos, pois quanto menor o dinheiro disponível, qualquer pequeno avanço parece extremamente difícil e carece de um esforço maior.

Para diminuir a resistência e de forma a facilitar as coisas, ajuda-te recorrendo às ferramentas disponíveis, ou seja, podes e deves utilizar algumas ferramentas que o teu banco disponibiliza-te.

O meu favorito, tal como referi acima são as transferências automáticas programadas, em que é retirado o dinheiro da conta à ordem e transferido para a conta poupança no dia em que o ordenado cai na conta.

O segundo é usar um mecanismo de arredondamento aquando dos pagamentos, que retira de todos os pagamentos a diferença para um número inteiro, ou seja, alguns cêntimos voam diretamente para a tua conta poupança.

Por exemplo, ao comprares algo por 1,75€ o sistema envia a diferença para perfazer os 2€, ou seja (2€-1,75€  =0,25c), 25 cêntimos são adicionados à tua conta poupança.

Nesta fase podes e deves utilizar o excedente para aumentar a velocidade da constituição do fundo emergência, ou pagar alguma dívida que tenhas (deixando o crédito habitação para último) caso ainda não o tenhas feito.

Mas com dívidas será que devo constituir o fundo de emergência?

Podes e deves, de forma a não te endividares ainda mais face algum imprevisto.

Claro que em situação nenhuma deves descurar o pagamento das dívidas, pois estas são o caminho para a falência. Coisa que queres evitar a todo o custo.

Que cuidados devo ter com o fundo de emergência?

O fundo de emergência tem algumas características importantes que devem ser respeitadas. 

Todo o dinheiro guardado deve ser facilmente mobilizável, ou seja, deves conseguir utilizar tão rápido quanto precises.

Como tal podes o guardar fisicamente (embora não aprecie este método), num cofre, envelope ou outro sítio qualquer.

Podes utilizar uma conta poupança que possas mobilizar facilmente, mealheiros digitais, certificados de aforro (estes têm um período de carência de 3 meses em que não podes mobilizar o dinheiro) ou outro veículo qualquer que respeite esta característica. Existe também no mercado, bancos digitais que oferecem uma conta à ordem com taxas de juros atrativas.

Este fundo tem como vantagens prevenir contra um imprevisto financeiro, criar hábitos de poupança, criar hábitos que te permitam construir um orçamento sólido e dar-te liberdade e controlo sobre o teu dinheiro.

A única desvantagem é manter parte do teu dinheiro parcial ou totalmente parado à mercê da erosão da inflação. Os veículos de investimento referidos acima raramente batem o valor da inflação.

Na minha opinão pessoal, em Portugal ao construir o fundo de emergência poderá ter em conta o apoio social do estado, embora isto esteja sujeito à avaliação de cada caso específico.

Por exemplo, considerando que em caso de atestado de incapacidade  temporária ou desemprego tens direito a 55% da remuneração de referência, pelo que podes achar a necessidade de ter valores mais baixos alocados nesta categoria.

Pessoalmente aproveito para alocar mais em certificados de aforro e menos na conta poupança que rende ainda menos que o primeiro e uma vez que não aprecio estar a mudar de banco de tempos em tempos em busca de contas poupança promocionais e com limites temporais.

Conclusão

Depois disto tudo acho que podemos concluir que só tens a ganhar com a criação de um fundo de emergência, pois só assim podes dormir descansado sabendo que tens uma rede de segurança caso as coisas te corram mal. Mesmo assim tens sempre de estudar um pouco onde irás estacionar o teu dinheiro.

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